sexta-feira, 3 de maio de 2024

Rapidinhas: Agora vai o PT em Salvador? O leproso de Ilhéus e o racha no professorado

Foto: Divulgação

Davi Lemos

Agora vai
O vereador Luiz Carlos Suíca (PT) demonstrou muito otimismo com o lançamento da pré-candidatura de Robinson Almeida a prefeito de Salvador em evento ocorrido na sexta-feira (25), com a presença de Gleisi Hoffmann. Na avaliação do vereador, que é compartilhada por boa parte do diretório do PT na capital, um nome orgânico como o do deputado estadual garantirá um melhor desempenho dos petistas na disputa soteropolitana. A garantia é que com Robinson, a militância irá para a rua; o que não ocorreria, segundo avaliações com Major Denice, que não era nome orgânico e, para piorar, imposto pelo então governador Rui Costa.

Robinson ou Robínson?
Ao conversar com petistas durante o encontro territorial petista, no tradicional Grande Hotel da Barra, foi detectada uma leve indefinição em um quesito da pré-canditatura do deputado estadual. Será pronunciado Róbinson ou Robínson, ou seja, será dito o nome como proparoxítona ou paroxítona? Será que Robínson seria mais popular que Robinson? Suíca e Marta Rodrigues, vereadora e irmã do governador Jerônimo, capricharam ao dar mais força à penúltima sílaba.

O leproso
Por falar em pré-candidatura, o vice-prefeito de Ilhéus, Bebeto Galvão (PSB), apresentou um bom argumento para ser escolhido como nome do grupo que administra a cidade para suceder o atual prefeito Marão (PSD). Em entrevista à Rádio Interativa FM, de Itabuna, ele lembrou que, em 2020, na avaliação do socialista, Marão era um “leproso” de quem ninguém queria se aproximar e Bebeto aceitou o desafio de alavancar candidatura do pessedista à reeleição, após ouvir o senador Jaques Wagner. Marão, que estava mal nas pesquisas, venceu com 43,24% dos votos. Agora, para 2024, Bebeto espera uma retribuição.

Recado para Salvador
Bebeto Galvão mandou um recado para os governistas ilheenses que também poderia ser direcionado a quem discute ou define pré-candidaturas do grupo aliado aos governistas em Salvador e outras grandes cidades baianas. Bebeto enfatizou que não se pode abrir mão da política, ou seja, do diálogo com as bases, com os partidos, para a escolha de candidatos. A decisão não pode ser tomada por um único personagem e, em Salvador, por exemplo, a escolha recairá sob o desejo de Jerônimo. Apesar da pré-candidatura de Robinson, do partido do governador, quem melhor figura em pesquisas é a ex-prefeita da capital Lídice da Mata (PSB). Esse dado será levado em consideração?

Cisão
O rolo compressor do governo estadual e a consequente aprovação do projeto dos precatórios do Fundef sem a previsão de pagamento de juros e correção monetária aos professores da rede estadual acabou por escancarar o rompimento entre representações docentes. A Associação Classista da Educação e Esporte da Bahia (ACEB) emitiu nota na sexta-feira (25) e pontuou que a negociação da APLB abriu brechas para que os professores não conseguissem juros e a correção. Em resposta, Rui Oliveira, coordenador-geral da APLB, disse que a ACEB é composta por “grupelho de aposentados bolsonaristas”.

O candidato
Ainda se discute, por óbvio, 2024 – embora com olhos em 2026 – mas já se desenha uma pré-candidatura de nome de destaque da gestão de Jerônimo Rodrigues para deputado. Trata-se de Adolpho Loyola, chefe-de-gabinete do gestor petista. Visto como nome de fino trato, Loyola tem o apoio de importante cacique, Jaques Wagner, que articula essa candidatura. Mas tudo dependerá de liberação do chefe; a mesma coisa ocorre com outro nome do primeiro escalão, o secretário de Relações Institucionais Luiz Caetano, que quer ser candidato a prefeito de Camaçari. Ele também espera licença de Jerônimo, que pode designá-lo para a articulação política por mais tempo: aí o nome seria o de Ivoneide Caetano, esposa do titular da Serin e deputada federal.

Surpresa?
O apoio de Carlos Muniz (PSDB), presidente da Câmara Municipal de Salvador, à reeleição de Bruno Reis na capital não foi vista exatamente como uma surpresa, apesar das especulações de que o apoio dos tucanos a um nome da oposição poderia vir de cima, de Brasília, onde o governo federal busca atrair o partido. O interessante detalhe é que, ao anunciar apoio a Bruno, Muniz acabou enterrando a pré-candidatura de Geraldo Júnior que, como salientou, não conseguiu reunir apoios. Essa foi a maior surpresa.

Indiciamento
O deputado federal Valmir Assunção (PT) que integra a CPI do MST na Câmara dos Deputados pode ser alvo preferencial das investigações que têm como relador Ricardo Salles (PL/SP). Segundo O Globo, o petista pode ser um dos indiciados; ele, inclusive, foi alvo de denúncias da ex-integrante do MST no extremo sul baiano, Vanuza de Souza. “Não vamos ser intimidados por ações e práticas fascistas. Um relatório que visa criminalizar os movimentos sociais e quem luta por reforma agrária é desespero bolsonarista para render projeto político derrotado. A nossa história faz a diferença. Por reforma agrária e justiça social”, reagiu Valmir, no Instagram, nesta segunda-feira (28). Na mesma rede social, ele disse que o relatório de Salles está pronto desde o início dos trabalhos.

28 de agosto de 2023, 19:41

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