domingo, 19 de maio de 2024

Rapidinhas: Camarote sem Jerônimo, Rui dobrado e o apressado de Jequié

Foto: Reprodução

Davi Lemos

Sem camarote
O jeito de Jerônimo Rodrigues de se apresentar em eventos públicos causou uma saia justa misturada com corre-corre no domingo (11), quando o governador eleito foi prestigiar o Festival de Música da Rádio Educadora, que homenageou a cantora Gal Costa, na Concha Acústica. Os deputados presentes ficaram no camarote, onde Rui Costa costuma ficar quando vai a eventos, mas Jerônimo ficou o tempo todo na primeira fila acompanhando o festival. Quando Jerônimo levantou para ir embora, os parlamentares e outras autoridades perceberam que precisariam descer para cumprimentá-lo. Nem todos conseguiram chegar, a exemplo de Jorge Solla. “Conheceram o ritmo de Jero”, brincou um petista.

Jerônimo e a imprensa
Parte do mistério sobre a formação do secretariado de Jerônimo Rodrigues terminou nesta segunda-feira (19), com o anúncio de parte do time que ocupará o primeiro escalão que auxiliará o governador eleito a partir de primeiro de janeiro. Quando informou, na semana passada, que os primeiros nomes seriam divulgados hoje, Jerônimo deu uma explicação simpática: esperaria a segunda-feira porque, no final de semana, os veículos davam uma desacelerada. Mas o que foi acelerado mesmo foram as conversas com os partidos políticos que buscam confirmar espaços e indicar nomes do próximo governo.

Não houve acordo
O ex-deputado federal e ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) continua ativo nas redes sociais – assim como nas negociações do partido para a participação da sigla no governo Jerônimo – e deu um pitaco nesta segunda-feira (19) após o prefeito Bruno Reis ter anunciado a concretização de um acordo que sacramenta Carlos Muniz (PTB) como próximo presidente da Câmara Municipal de Salvador. “Acordo? Que acordo? STF decidiu, eles perderam também na Justiça e agora vêm falar em acordo? Minha opinião? […] Não tem acordo, que se cumpra a vontade política e a decisão judicial”, escreveu Geddel no Instagram. O ministro Kássio Nunes, do STF, observou o marco temporal apontado por Gilmar Mendes que permitiria a reeleição de Geraldo Júnior para um terceiro mandato.

Rui dobrado
Desde que foi anunciado como futuro ministro da Casa Civil do presidente diplomado Lula (PT), o governador Rui Costa (PT) tem passado mais tempo em Brasília do que na Bahia – mas em hipótese alguma cogita realizar o sonho do vice João Leão (PP) de ser chefe do Executivo estadual interinamente. Além de cuidar da transição e do planejamento do próximo governo federal, o petista também trata da montagem da própria equipe e dos detalhes pessoais da mudança para a capital federal com a esposa e as duas filhas. Sobre a montagem da equipe, ele tem dialogado com ex-assessores na Bahia, e deve levar para o ministério o atual secretário estadual de Infraestrutura, Marcus Cavalcanti, filiado ao PSD.

Prêmio de consolação
Depois de não conseguir viabilizar a candidatura à presidência da Assembleia, a deputada Ivana Bastos será a líder do PSD na Casa. A informação foi confirmada à coluna pelo presidente do Legislativo estadual, Adolfo Menezes, que é do mesmo partido e já obteve os apoios necessários para a reeleição, em fevereiro de 2023. A mais bem votada deputada estadual irá comandar uma bancada de nove parlamentares.

Líder da oposição
E por falar em liderança, o deputado estadual Alan Sanches (União) tem o apoio da maioria dos colegas para ser o próximo líder da oposição na Assembleia, a partir do início do ano que vem. Nas últimas sessões antes do recesso, ele já vinha exercendo este papel, ao lado do deputado Tiago Correia (PSDB) – ambos são vice-líderes hoje. O atual líder da minoria, Sandro Régis (União), se ausentou das últimas sessões. Segundo alguns parlamentares, ele ainda não digeriu a derrota de ACM Neto (União) no pleito deste ano e foi para o interior acalmar o juízo.

Bom de swing
Líder do governo na Assembleia Legislativa da Bahia, o deputado Rosemberg Pinto (PT) mostrou o maior swing ao som de Margareth Menezes, em show que aconteceu no sábado (17) à noite, no Parque Costa Azul, durante uma feira com produtores da agricultura familiar organizada pelo governo baiano. O governador eleito Jerônimo Rodrigues (PT) também esteve na feira, mas não apareceu no palco para mostrar o gingado à futura ministra da Cultura.

Não foi citado
O ex-deputado estadual Heber Santana saiu de fininho e sem dar declarações após o anúncio dos 11 primeiros secretários feitos pelo governador eleito Jerônimo Rodrigues. Não, ele não esperava figurar entre os titulares de uma das pastas, mas esperava ser citado pelo governador entre os presentes. Heber foi o responsável por levar o PSC – que agora fundiu-se ao Podemos – para a base de Jerônimo no segundo turno das eleições.

Apressado
O prefeito de Jequié e ainda presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), Zé Cocá (PP), está à frente de seu tempo – pelo menos seis meses à frente. Na semana passada, o gestor foi ao Instagram e já falava em anunciar, nesta semana, duas atrações para o São João. Será que o prefeito vai se confundir e acender uma fogueira quando ouvir o estouro dos fogos no Réveillon?

O ministério de Valmir
Ligado ao MST, o deputado federal Valmir Assunção (PT) era uma aposta do movimento para ocupar o Ministério do Desenvolvimento Agrário no governo Lula. A indicação do baiano, conforme destacado na edição desta segunda-feira (19) do jornal Zero Hora, de Porto Alegre (RS), esbarrou em questões territoriais – já há dois baianos em ministérios: Rui Costa (Casa Civil) e Margareth Menezes (Cultura). O MST não quis indicar outro nome, pois afirmou que a pasta deve ficar com alguém do Nordeste.

19 de dezembro de 2022, 18:00

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