quinta-feira, 2 de maio de 2024

Rapidinhas: De interino a ex-candidato, a fumaça no PP e as brigas de Rui

Foto: Divulgação/GOVBA

Davi Lemos

Indefinição
A assunção interina de Geraldo Júnior (MDB) ao posto de governador do Estado acabou tirando dele, ao menos nesse momento, as condições desejadas para fortalecer seu nome como o único da base governista estadual para a disputa da Prefeitura de Salvador e enfrentar Bruno Reis – não pegou nada bem o deslumbramento do vice-governador ao sentar na cadeira de Jerônimo. A grande dificuldade na base – numa repetição de eleições anteriores – é conseguir um nome que se oponha, com força, ao grupo de ACM Neto. O executiva municipal do PT já aprovou a candidatura própria em Salvador, o presidente estadual, Éden Valadares, deu um grito de “calma lá, ainda é cedo”, e teve o comentário sarcástico de Geddel Vieira Lima, eterno cacique emedebista: “lança Major Denice”. Ninguém se entende.

Outro nome
Recentemente, a presidente estadual do PSB e ex-prefeita de Salvador, Lídice da Mata, disse que os socialistas também requeriam o protagonismo nas eleições da capital baiana. A deputada federal respondia, naquele momento, a um comentário do deputado estadual Robinson Almeida, que pleiteava para os petistas esse protagonismo. Um socialista ouvido por esta coluna ainda antes da Semana Santa destacou que uma candidatura da própria Lídice pode ganhar força nesse cenário: “é respeitada como deputada, governou bem a capital em condições muito adversas, no auge do carlismo, e pode unir a base em torno de uma candidatura forte”.

Em Juazeiro
O encontro de um bom nome para disputar as eleições municipais de 2024 também é desafio para a oposição à prefeita Suzana Ramos, em Juazeiro. O deputado estadual Roberto Carlos (PV) e o ex-prefeito da cidade e ex-deputado federal Joseph Bandeira (PSB) não querem que Isaac Carvalho (PT), também ex-gestor da cidade, seja o nome do grupo para o pleito. Uma alternativa pode ser encontrada no PCdoB, uma vez que o deputado estadual Zó vem sendo apontado como nome forte na região e que pode fazer frente a Suzana, eleita com 55,68% dos votos em 2020.

Faz o contrário…
Embora diga que apenas discutirá as eleições municipais em 2024, o prefeito de Salvador Bruno Reis já trabalha bastante por sua reeleição, principalmente para atrair o apoio do PL, partido presidido no estado por João Roma. Em entrevistas à imprensa, o ex-ministro do governo Bolsonaro diz que a prioridade do PL é lançar candidatura própria, mas que, em um cenário em que o PT já domina os governos federal e estadual, seria fundamental realizar alianças que garantam vitórias em grandes cidades baianas. Bruno já disse que não votou em Lula; então metade do problema para a realização do casório estaria solucionado.

Ex-amigo, não
Um vereador da base de Bruno Reis comentou que um dos empecilhos para transpor a fim de que União Brasil e PL caminhem juntos em 2024 são as feridas ainda abertas devido às trocas de farpas pesadas entre João Roma e o ex-prefeito ACM Neto durante as eleições de 2022, quando disputaram o Palácio de Ondina. “O que aconteceu não é de se comemorar. Ocorreram rusgas, farpas e ataques que não podem deixar ninguém feliz”, disse Roma, em entrevista à Rádio Sauípe, na semana passada. Ele ainda complementou quando foi perguntado sobre a amizade com ACM Neto, agora estremecida: “não sou pessoa de ter ex-amigo, mas estou trilhando meu caminho e sei a quem devo satisfações e sigo meu trabalho”.

Só fumaça
Na próxima segunda-feira (17), a executiva estadual do PP terá uma reunião para definir um consenso sobre a presidência estadual da sigla, ainda exercida pelo deputado federal João Leão. Mas o encontro dos progressistas será somente para ouvir o soar do martelo já batido em torno do nome do deputado federal Mário Negromonte Júnior, segundo apurou esta coluna. A celeuma atual ocorre por conta da candidatura de Ronaldo Carletto ao posto. “Pode até não ser Mário, o que é difícil, mas não será Carletto de jeito nenhum”, comentou um parlamentar progressista em conversa com esta coluna.

Divulgação

Desavenças
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, vem sendo um dos destaques do governo Lula, mas não exatamente pela construção da harmonia, mas pelas brigas que tem travado e pelas insatisfações que tem causado no trato com colegas ministros e parlamentares que vão a reuniões no Palácio do Planalto. Na lista de insatisfeitos, estariam os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Jader Filho (Cidades) e Simone Tebet (Planejamento). “Lula deu a Rui uma missão difícil, que é a de cobrar. Então isso causa insatisfação de quem é cobrado. Quando era governador, havia esse clima; mas ninguém demite o governador”, comentou um aliado. Talvez pela missão e pela pressão Rui tenha recebido como bônus ou adicional de insalubridade (ou de irritabilidade) uma vaga no Conselho da Itaipu Binacional, que lhe renderá R$ 27 mil. Rui já chamou esta vaga de conselheiro como “boquinha de luxo”, mas deve ser boa para desestressar.

10 de abril de 2023, 18:37

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