sexta-feira, 3 de maio de 2024

Rapidinhas: O alvo na CPI do MST, o convite a Alex e a estratégia da oposição em Lauro

Foto: Divulgação

Davi Lemos

Sobrou para Valmir
A oposição na Câmara dos Deputados não conseguiu ouvir o ministro da Casa Civil, Rui Costa, na CPI do MST, para explicar as ações do governo estadual durante as invasões de terra realizadas pelo movimento no Extremo Sul Baiano. A artilharia de uma ex-participante do Acampamento São João, Vanuza de Souza, recaiu, porém, sobre o deputado federal Valmir Assunção (PT), ligado ao MST na Bahia. Vanuza disse que, em abril de 2021, foi agredida e expulsa do acampamento junto aos filhos de 8 e 18 anos. “Eu nunca tive a liberdade de votar fora do PT”, disse, ao afirmar que alguns dos agressores eram conhecidos do petista. “Você me deu o lote, em 26 de março de 2016. Eu construí uma casa e fui expulsa dela depois de quase 16 anos. Alguém aqui já participou de uma marcha? Walmir? De uns pedaços”, disse a ex-integrante do MST, na terça-feira (8).

O convite a Alex
O presidente do PDT, Félix Mendonça Jr, em uma reunião de deputados baianos com o reitor da Ufba, Paulo Miguez, nesta segunda-feira (14), brincou com o deputado federal Alex Santana (Republicanos), que trocou o PDT pelo Republicanos que se alinhava mais às suas posições bolsonaristas. “O que for pela educação, pela Bahia ou pelo Brasil, contem com o PDT. Nós temos aí Leo Prates, temos aí Alex (Santana), que se melhorar até pode voltar”, brincou Félix. Antes dessa fala do pedetista, algum dos presentes disse que Santana foi expulso; Félix retrucou que o agora republicano foi “expulso por acordo”. Alex, por sua vez, respondeu: “é que eu fui rebelde”. Na verdade, o parlamentar não foi expulso do PDT, mas aproveitou a janela partidária para migrar para o Republicanos.

Apoio para ser apoiado
O presidente do PT na Bahia, Éden Valadares, pôs hoje uma pá de cal nas pretensões de petistas e movimentos dentro do partido que desejam decidir quem será o candidato a prefeito da sigla em Salvador. Valadares foi claro: essa decisão não cabe a nenhum outro nome, a não ser o governador Jerônimo Rodrigues. Ele deu também um recado aos petistas que querem ver o 13 nas urnas do pleito soteropolitano: “Quem tem disposição de ser apoiado, tem que ter disposição de apoiar também”. Mais uma vez, ele reiterou que esse nome pode ser da federação PT, PCdoB e PV ou de quaisquer outros partidos que compõem o grupo de apoio ao governo estadual. Jerônimo diz que a definição pode sair em setembro ou outubro.

A ex-pré-candidatura de Roma
Embora o presidente estadual do PL, João Roma, venha afirmando que é pré-candidato a prefeito de Salvador, essa candidatura não deve ter outro caminho senão a declaração de apoio a Bruno Reis, atual prefeito da capital e que deve disputar a reeleição pelo União Brasil. Integrantes do PL admitem que a fala de Roma sobre não ser possível impor desejos pessoais ou vaidades é um sinal claro de que um nome do PL não deve vingar em Salvador. A razão é o fato de o PT já controlar estado e União: se abocanhar as principais cidades baianas, como se diz no jargão, “cabou-se” a oposição ao PT no estado. Quando Éden fala – lembre-se – é quase o mesmo que Jaques Wagner se pronunciando.

Oposição unida em Lauro
A oposição à prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho (PT), desenha um movimento de unidade para tentar conquistar a gestão da cidade em 2024. No próximo sábado (19), um seminário deve reunir o deputado federal João Leão (PP), o empresário Teobaldo Costa (União Brasil), a vereadora Débora Régis (PDT) e o ex-vereador Mateus Reis (PSDB). O cronograma do seminário é justamente discutir esses caminhos de unidade – o grupo pretende também atrair o PL bolsonarista. Um sinal de que pode ocorrer mais essa adição ao grupo é o fato de o deputado estadual Leandro de Jesus ter abdicado da posição de pré-candidato na cidade da Região Metropolitana de Salvador.

Sob pressão
Aliados do prefeito Elinaldo Araújo (União Brasil) entendem que a fala do gestor de que estaria “cagando e andando” para os servidores comissionados de Camaçari é sinal de grande pressão vivida por ele. Pesquisas internas recentes estão tirando o sono do prefeito que deseja eleger o sucessor. Se a eleição fosse hoje e se Camaçari tivesse segundo turno, o petista Luiz Caetano teria cenário para liquidar a fatura no primeiro turno. Além disso, Elinaldo ainda está às voltas com o barramento à construção de uma unidade da Rede Mix em Guarajuba – seriam pelo menos 150 postos de trabalho e R$ 20 milhões em investimentos privados que foram rejeitados. É muita pressão.

Falas sobre insegurança
O ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil), parece ter mudado a estratégia para comentar o recrudescimento dos números da violência e da insegurança pública na Bahia. Na semana anterior, o ex-gestor da capital foi criticado por petistas segundo dos quais Neto estaria ainda no palanque do qual saiu derrotado na disputa pelo Palácio de Ondina. Bom, nesta segunda, o líder do União Brasil no estado fez um post no Instagram e elencou comentários de cidadãos sobre a insegurança. “A falência da segurança pública na Bahia é inegável e parece que o governo da Bahia não vê. Ônibus incendiados, aulas suspensas pelo poder paralelo e não vemos efetividade no combate a isso. O cidadão é refém”, diz um dos posts printados e compartilhados por ACM Neto.

Rui não viu
O ministro Rui Costa (Casa Civil) não quer alimentar conflitos com os colegas de Planalto e nem com a Câmara dos Deputados e, pelo que se viu da entrevista que ele deu à GloboNews nesta segunda-feira (14), ele não anda acompanhando o noticiário. Ele disse que não viu a entrevista de Fernando Haddad (Fazenda) na qual o ministro reclamou do parlamento ao dizer que a Câmara está com um poder muito grande. Talvez por reconhecer esse poder, Rui preferiu dar uma de “João sem braço”: “Não vi a entrevista. Hoje pela manhã, inclusive, eu estava com o presidente da Câmara Arthur Lira conversando sobre o PAC. Eu diria que estamos cada vez mais aprimorando esse dialogo”, afirmou Rui, saindo pela tangente.

14 de agosto de 2023, 19:34

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