Rapidinhas: Rui e Elmar na balada, as frases de Nilo e a missa para o “guru”

Davi Lemos

Encontro
O aniversário de Diego Coronel reuniu o que se pode chamar de “nata” da política partidária baiana. A festança realizada no domingo (22) teve a presença do governador Jerônimo Rodrigues (PT), mas também promoveu um encontro entre o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o líder do União Brasil, Elmar Nascimento. Segundo relatos chegados à coluna, não houve mais que cumprimentos formais entre o deputado federal e o ministro – no início do mês, Rui, inclusive, asseverou que não atuou no processo de fritura de Elmar, cujo nome foi guindado à condição de ministeriável de Lula. Apesar das cotas do União Brasil, o parlamentar baiano disse na semana passada que o apoio do partido a Lula dependerá de mais cargos. Um para ele também?

UPB
Nesta segunda-feira (23), a União dos Municípios da Bahia (UPB) recebeu os registros de candidatos que devem disputar a sucessão ao prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), na disputa pela presidência da entidade municipalista. A tendência é que seja apresentada uma chapa única encabeçada pelo prefeito de Belo Campo, Quinho (PSD). Por sinal, o atual vice-presidente da UPB já vem atendendo prefeitos do interior como presidente já da UPB – na semana passada, debateu tema que tem tirado sono de prefeitos baianos: a queda do coeficiente de repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), após o IBGE ter constatado a redução da população de muitas localidades durante a realização do Censo.

Atos antidemocráticos
Embora os parlamentares de esquerda ou mais inclinados à esquerda na Bahia defendam uma punição severa quanto aos chamados atos “antidemocráticos” ou “golpistas” realizados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), cresce o número de parlamentares que entende que este é um assuntos de polícia e de justiça e não do parlamento. Nesta segunda-feira (23), a deputada Lídice da Mata (PSB) defendeu, durante entrevista à Rádio Salvador FM, não haver necessidade para instalação de uma CPI para investigar os casos. O deputado federal Jorge Solla (PT) também defende esta posição.

Missa
Por falar em bolsonarismo e direita, olavistas baianos participarão de missa que, nesta quarta-feira (24), às 18h, lembra um ano de falecimento do filósofo Olavo de Carvalho. Chamado de “guru do bolsonarismo” – epíteto que rejeitava por, conforme afirmava, não ser ouvido pelo ex-presidente e pelos filhos – Olavo de Carvalho é considerado o responsável pelo ressurgimento no Brasil de pensamentos e movimentos de direita. A celebração em memória do filósofo ocorrerá na Capela Nossa Senhora da Vitória, em Salvador.

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Autoajuda?
O deputado federal Marcelo Nilo (Republicanos), que tenta uma vaga no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) após não conseguir a reeleição para o parlamento, tem utilizado o WhatsApp para distribuir mensagens de “bom dia” acompanhadas por dizeres motivacionais. Nesta segunda-feira (23), em card que exibia uma árvore seca mas com nuvem projetada ao fundo como se fosse a copa, citou: “Mesmo se caírem as folhas, Deus garante o espetáculo”. No dia 10 de janeiro, outra frase: “no tempo certo, tudo dará certo”. Nilo tem dito que já falou com mais de 40 deputados estaduais, aos quais caberá a indicação para vaga no TCM. Mas a leitura é que é saliva demais jogada fora, uma vez que Nilo sequer teria apoio dentro do partido. O caminho seria tentar alguma coisa em 2026, o plano B que também é citado.

Sobrevivência
O cientista político Paulo Fábio Dantas Neto, em entrevista à Tribuna da Bahia, afirmou que um insucesso do governo Lula poderia por fim ao petismo na Bahia, por tabela. Ouvidos, alguns parlamentares entendem que, apesar dos atos golpistas que enxergam ainda haver no bolsonarismo, seria momento de baixar a temperatura. “Mas isso não tem sido visto nas palavra do presidente Lula. Precisamos lembrar que foi eleito um Congresso conservador, então tensionar é perigoso”, avaliou o parlamentar. Ele entende que manter o clima de palanque até 2026 só beneficiará Jair Bolsonaro: “ele vai querer isso para sobreviver. E isso pode enfraquecer Lula e o PT na Bahia. O professor Paulo Fábio foi correto na análise”.