Rapidinhas: Sabatina ‘mamão com açúcar’, o aparato do vice e o retorno do João conselheiro
Davi Lemos
Sabatina ‘mamão com açúcar’
A passagem de Aline Peixoto, ex-primeira-dama na Bahia e candidata à vaga no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), pela Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa da Bahia foi muito mais tranquila do que se imaginava, a despeito de todo o aparato montado para prepará-la para o embate, que não houve. A única pergunta mais enviesada foi do deputado Robinho (UB), que perguntou se a candidata aprovaria as contas de um prefeito que tivesse comprado remédios sem licitação, pagou e não recebeu, numa ironia sobre o escândalo dos respiradores quando Rui Costa era governador.
Celebração
No final de semana, a aprovação de Aline Peixoto como conselheira já era dada como favas contadas, tanto que membros do governo, como revelado a esta coluna, já celebravam. Nas falas de deputadas como Fabíola Mansur (PSB), tentaram fazer colar a versão de que as críticas à indicação da ex-primeira-dama eram por “machismo”. O deputado Diego Castro (PL), durante a sabatina de Tom Araújo, candidato da oposição, disse que o argumento era “balela”. Ele e o também bolsonarista Leandro de Jesus não conseguiram fazer perguntas à candidata. Fez parte do acordo com a oposição para preservar os prefeitos ligados à ala?
Aparato
Na agenda do governador Jerônimo Rodrigues, na terça-feira (28), em Madre de Deus, para lançamento do Programa Vacina Bahia, chamou a atenção o aparato utilizado por um dos integrantes da comitiva. Três veículos grandes parecidos com Pajero (a fonte não soube precisar e disse que esqueceu de tirar foto), fechadas, pretas, com sirene similar às da Polícia Federal. A pergunta entre os demais: será o ministro Rui Costa (Casa Civil) que resolveu aparecer na agenda? Era o vice-governador Geraldo Júnior. O comentário final da resenha governista: parecia o comboio do presidente dos Estados Unidos.
Ditador ou não?
O coordenador nacional do MBL, Ricardo Almeida, que é soteropolitano e foi responsável por receber o então líder nacional do movimento, Kim Kataguiri, em Salvador, lá pelos idos de 2016, participou de um debate com o Youtuber Monark e um trecho que viralizou foi o que discutiam se o ministro do STF, Alexandre de Moraes, é ditador ou não. “Ele não é porque ele [Moraes] não dita as regras de tudo, ele não tem o Exército nas mãos”, argumentou o líder do MBL. Segundo Almeida, foi Jair Bolsonaro quem deu poder a Moraes. Monark, por sua vez, entende que há uma “ditadura do judiciário”.
CLIMA FICOU TENSO ENTRE MBL E MONARK pic.twitter.com/SDHgZVfHg1
— Monark Talks (@MonarkTalks) March 1, 2023
Insatisfações
A médica e ex-secretária de Saúde de Porto Seguro, Raíssa Soares, tem demonstrado insatisfação com os rumos do PL na Bahia – notadamente após o deputado estadual Raimundinho da JR tornar-se vice-líder do governo Jerônimo. Em fala nesta segunda-feira (6), na Rádio Brado, o presidente estadual da sigla, João Roma, disse que Raíssa estava reclamando porque não foi informada da decisão do parlamentar; Roma então disse que ele também não foi e que, embora desaprove, não instalará um tribunal no partido para que os parlamentares prestem contas de seus mandatos.
Divulgação/ Assessoria Raissa Soares
Candidatos?
Raíssa, que é vice-presidente estadual do PL, também articula para ser candidata a prefeita de Porto Seguro em 2024, mesmo que Jânio Natal, que a escolheu como secretária de saúde do município, possa disputar a reeleição no ano que vem. Ela tenta cacifar o nome dela por ser “mais bolsonarista”, mas o prefeito teria o apoio do presidente nacional da sigla, Valdemar da Costa Neto. Quem disse hoje que também pode ser candidato a prefeito é João Roma, mas de Salvador. Porém, na entrevista à Rádio Brado, ele disse que pode ainda manter conversas republicanas com Bruno Reis (UB), atual prefeito da capital, e mudar de ideia.
Conselheiro
O ex-prefeito de Salvador, João Henrique, tem se dedicado ao papel de comentarista no Instagram, onde vem comentando temas da atualidade. Há três dias, ele fez crítica à mídia que, segundo ele, influencia as pessoas ao consumismo e nos manipula com informações, como salientou, muitas vezes duvidosas. “Somos chamados de loucos quando questionamos muito dessa manipulação”, disse João Henrique que, em três dias, conseguiu visualizações. Talvez o ex-prefeito, após oito anos de gestão na capital baiana, precise mudar o próprio endereço no Instagram de “@conhecajoaohenrique” para “@esquecajoao”. Em um dos posts, ele diz que a imprensa soteropolitana escondeu seus grandes feitos.
