sexta-feira, 3 de maio de 2024

Rapidinhas: Salvador rebaixada, os insatisfeitos do PL e a questão do buzu

Foto: Divulgação

Davi Lemos

Salvador rebaixada
O deputado estadual Róbinson Almeida, pré-candidato do PT à Prefeitura de Salvador, aproveitou a celebração pelos 190 anos de Feira de Santana para falar de… Salvador. Sim, claro, o pré-candidato do PT à prefeitura da capital – que ainda enfrenta resistência interna no próprio partido e demais integrantes da base do Palácio de Ondina – tinha que marcar território e lembrou que a Salvador, segundo dados do IBGE, não é mais a maior cidade do Nordeste: perdeu o posto para Fortaleza (CE). Robinson atribuiu a queda no ranking às gestões de ACM Neto e Bruno Reis, que governam a cidade desde 2013.

Intervenção
Já a base de ACM Neto, nos parlamentos ou fora dele, já escolheu uma pauta para bater até as eleições de 2024: a violência. Diante da escalada da violência em decorrência da cada vez mais ousada atuação do crime organizado na capital e também em toda a Bahia, querem a decretação de intervenção federal no estado. A chegada de blindados da Polícia Federal à capital baiana, neste início de semana, como resposta à morte de um policial federal por integrantes de facção criminosa, foi visto como uma intervenção velada. Em tempo: os netistas entendem que a queda de Salvador nos rankings de comparação com outras cidades do Nordeste é devida à violência, cujo combate compete ao governo estadual. O PT governa a Bahia há 17 anos.

PSOL fora?
O anúncio da saída do PSOL da base do governador Jerônimo Rodrigues (PT) não foi vista como uma surpresa pelo núcleo duro da gestão petista; a sigla até integrava o conselho político do gestor estadual, mas pouca influência tinha efetivamente na definição de rumos. O comentário já feito até mesmo antes do anúncio do rompimento é que o PSOL esteve presente no momento certo, no segundo turno das eleições, quando também apoiou Jerônimo em oposição a ACM Neto. Em 2026 – ou mesmo em 2024 – o PT espera o apoio do PSOL em momentos cruciais como um segundo turno, tanto para uma disputa pela reeleição de Jerônimo ou, no ano que vem, se não conseguirem vencer as eleições no primeiro turno em Salvador.

Os reclamantes do PL
Enquanto o ex-deputado federal João Roma, que preside o PL na Bahia, não anuncia a adesão ao governo Bruno Reis (União Brasil) e apoio à sua pré-candidatura à reeleição na Prefeitura de Salvador, ele precisa administrar a voz de descontentes na sigla, como Raíssa Soares, ex-candidata ao Senado, e o vereador de Salvador Alexandre Aleluia, que criticou Roma por “falta de transparência”. Em entrevista nesta segunda-feira (18) à Rádio Excelsior, o ex-ministro de Bolsonaro disse que há pessoas no partido que oscilam entre um caminho ideológico e um “caminho estrutural”, ou seja, de adesão à máquina. Ele não citou o nome do vereador soteropolitano, mas a fala soou como alfinetada em Aleluia.

Reciclagem
Por falar em Aleluia, o vereador tem reciclado projetos na capital baiana. Ressuscitou um que apresentou logo no início de seu primeiro mandato: a aplicação de multa para quem for pego pichando muros ou monumentos na capital baiana. Realmente, a ação dos pichadores deixa a cidade feia, com aspecto ruim, e muitas vezes deteriora monumentos ou prédios públicos e privados pouco depois de terem pinturas e fachadas renovadas. Mas a tendência é que Alexandre Aleluia enfrente novamente a oposição de André Porciúncula, que disputou também uma vaga na Câmara Federal e ficou como primeiro suplente do PL.

Bruno e o buzu
O prefeito Bruno Reis tem no sistema de transportes uma de seus maiores desafios para a gestão da capital quanto para a disputa eleitoral que se avizinha. Nesta segunda, quando entregou terminal de eletrocargas para ônibus em Salvador, o prefeito disse que, sem financiamento para o sistema de transportes, o setor pode ficar ainda mais caótico na capital. O sistema não se paga. Ponto. Para o contra-ataque no ano que vem, há uma grande falha do grupo rival para explorar: a retirada de circulação dos trens do Subúrbio. O VLT não andou e toda a população suburbana precisa pagar quase R$ 5 para andar de buzu – dez vezes mais que os antigos trens.

Expectativa frustrada
Salvador sediou entre os dias entre quinta-feira e sábado passados um Fórum de Tecnologia da Informação que reuniu pelo menos uma centena de especialistas das maiores empresas de tecnologia do país: desenvolvedores de inteligência artificial, de aplicativos de segurança de redes, dentre uma infinidade. Empresários do ramo, com dinheiro para gastar, queriam aproveitar a noite no Pelourinho, mas diante do cenário de guerra na capital baiana, ouviram conselhos para somente aproveitar as beleza da Casa Pia de São Joaquim. Quem sabe numa próxima edição do IT Fórum não conseguem recuperar a coragem para sair dos locais programados. Oremos.

Vai ter troco
A população de Itaberaba promete resposta ao governador Jerônimo Rodrigues (PT) em 2026. Conforme informações de populares, os eleitores da cidade chapadeira que votaram no atual chefe do executivo baiano estão revoltados com as perseguições que o município vem sofrendo. Tudo por conta de pedidos dos “coronéis da política”. A população até mandou recado para Jerônimo. “Governador, Itaberaba precisa tanto do governo estadual quanto do governo federal. Agora se a perseguição é em virtude do prefeito não lhe apoiar, esse gestor já não precisa de você nem dos coronéis. Afinal, ele é rico e não depende de política, agora a população precisa”, sintetiza um grupo de moradores que entrou em contato com esta coluna.

18 de setembro de 2023, 19:00

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